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Foto do escritorMayana Macedo

Mistérios, intrigas e balé em “O Preço da Perfeição”

Atualizado: 8 de jun. de 2021







O balé é uma das mais belas formas de arte. Porém, com os movimentos suaves e coreografias perfeitamente sincronizadas podem escondem um mundo sombrio no qual a busca pela perfeição é constante. É disso que se trata a série "O preço da perfeição" (Tiny Pretty Things).


Na trama, Neveah Stroyer (Kylie Jefferson) consegue uma vaga na mais conceituada escola de balé da elite de Chicago, a Archer School of Ballet, o que pra ela é a realização de um sonho. Mas apenas ao chegar lá, ela descobre que a vaga que ocupa foi "liberada" por Cassie (Anna Maiche), após um terrível acidente, que está sendo investigado pela polícia como um possível homicídio.


Em meio às investigações para saber se de fato foi um crime que aconteceu, a tensão entre os estudantes cresce e é nesse ambiente que Neveah precisa se adaptar. No entendo, esse não é o único causador da tensão. A pressão dos professores pela perfeição dos estudantes para alcançar níveis abusivos, forçando seus corpos a ultrapassar inúmeros limites.


Os próprios alunos concordam com esse método e acreditam que precisam fazer de tudo para alcançar essa expectativa, desde ignorar lesões a sabotar os colegas. Neveah, ao se encontrar em meio a um ambiente tão tóxico e presenciar ações das quais descorda, tenta buscar justiça e esclarecimento em inúmeras situações.


Mas não se engane, essa não é uma mocinha inocente lutando pelo bem com frases clichês. Neveah tem uma personalidade forte, que em alguns momentos pode apresentar traços de vilania. Ela está disposta enfrentar qualquer um que atravesse seu caminho e a fazer o necessário em nome do que acredita ser o certo.


Porém, mesmo a tentativa de imprimir uma personalidade implacável e decidida a protagonista não foi suficiente para torná-la carismática. Na verdade, somente o elenco masculino da série conseguiu esse feito. E nenhum personagem dessa série pode ser considerado um individuo 100% bom. Mesmo a protagonista estando disposta a recorrer a artimanhas para assegurar seu próprio sucesso.


Em meio a temas e intrigas, o telespectador é presenteado com lindas cenas de dança, onde o talento do elenco nesse quesito fica nítido. Isso não é atoa. A maioria do elenco principal de fato, é composta por bailarinos profissionais formados nas melhores academias de dança e com uma vasta experiência.


Inspirada no livro Tiny Pretty Things, de Sona Charaipotra e Dhonielle Clayton, a trama aborda a competição para ser o melhor e os avanços da investigação policial sobre o misterioso "acidente". Diversos outros assuntos são abordados, como bullying, homossexualidade, competitividade, uso de drogas e até mesmo xenofobia.


No entanto, o distúrbio alimentar de um dos personagens é tratado de forma rasa e é deixado de lado dentre a tantos acontecimentos. Esse é um dos pontos onde a série deixa a desejar, quase que naturalizando a bulimia no universo da dança. A grande variedade de temas as vezes torna mas difícil de se acompanhar os acontecimentos e a falta de flashbacks sobre a vida de Cassie antes do acidente também acaba dificultando a compreensão de como tudo veio a acontecer na trama.


Contudo, os que acontecimentos que se desenrolam lentamente a cada episódio acabam tornando a série bastante viciante. Levando em conta os assuntos que ficaram em aberto ou não foram mais explorados, como a misteriosa morte de um personagem importante no último capítulo, há um grande potencial para uma segunda temporada ainda mais interessante.


Isso daria também uma chance de abordar temas que foram deixados de lado, como o racismo, já que a própria protagonista é uma das poucas pessoas negra a frequentar a escola. Além disso, a série deve acompanhar os acontecimentos de Shiny Broken Pieces, sequências do livro em que a série foi baseada. A possível renovação ainda não foi confirmada pela Netflix, mas sem dúvidas os fãs estão ansiosos para obter respostas que a primeira temporada não ofereceu e descobrir ainda mais mistérios dentro dos muros da prestigiosa escola de balé de Chicago.


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